quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Apenas uma história...

Foi há cerca de 2 anos... Conheceram-se num chat... Ele ainda se recorda.. Ela estava sentada em frente ao seu pc com um top preto e o cigarro na mão. Conversaram um pouco, trocaram ideias, trocaram opiniões...
Durante alguns dias falaram na net, trocaram mensagens, falaram ao telefone. Tinham curiosidade de se conhecer pessoalmente mas nunca foi possível devido à vida de ambos. De repente tudo mudou... o silência imperou por parte dela durante cerca de 1 ano.
1 ano passou e o silêncio foi quebrado. Ele estava na praia com uns amigos e de repente o seu telemóvel tocou informando que havia recebido uma mensagem. Era dela. Ele ficou estupefacto, sem saber o que pensar ou dizer. A mensagem era simples ... um simples "olá, tudo bem?". Ele respondeu e a conversa foi andando.
Ela estava em Lisboa de passagem, tentaram encontrar-se mas ela não pode. Combinaram encontrar-se mais tarde, continuando a mandar mensagens um ao outro para não perderem o contacto. Falavam de tudo e não falavam de nada. Os dias passaram e lá combinaram encontrar-se.
Ele foi buscá-la a Lisboa, andaram de metro e de combóio até chegarem a casa dele. Conversaram durante o caminho, conheceram-se um pouco melhor, falaram da vida de cada um, até que chegaram a casa dele. Ele fez o jantar e ela ajudou... Jantaram e depois deste sentaram-se e continuaram a conversar... Passado um tempo os olhos de ambos brilharam e como que por instinto beijaram-se. Beijaram-se e a partir daí tudo se tornou mágico.
Comecaram a viver um amor estranho, um amor forte mas ao mesmo tempo esquisito, pois uma relativa distância os separava. Era uma distância que tinha de ser superada. De início era facilmente superada. Estavam juntos de duas em duas semanas, viviam o seu amor com toda a força que tinham. Quando estavam juntos viviam apaixonados, passavam horas abraçados, iam às compras juntos.... com sorrisos nos lábios, felizes... apaixonados...
Um dia houve que ele esteve doente e ela, com toda a força dentro dela e com todo o amor que por ele nutria, andou horas de autocarro para poder ir ver como ele estava e poder dar-lhe um pouco de carinho e amor... Andou todas essas horas para poder estar com ele apenas umas horas, uma noite, um momento importante para ela.
Esse foi uma das últimas vezes que estiveram juntos....

Um sonho comum tinham os dois... terem um filho juntos... apenas um sonho, realizável ou não, apenas o futuro poderia dizer....

Ele gostava dela como nunca havia gostado de mais ninguém, tinha o desejo de puder mudar-se para junto dela de forma a poderem viver o seu amor diariamente.... Ela, uma mãe de 2 princesas, não as deixava por nada e era isso que lhe dificultava viver o seu amor por esse rapaz. Esse facto levava-a a silenciar-se durante alguns dias de vez em quando, dando sempre novidades ao fim de 3 a 4 dias. O seu coração sofre por sentir esse amor e por não o poder viver como ambos desejavam, mas quer ele quer ela sabiam que o AMOR vivido por ambos era tão grande que os unia mesmo distantes...

Ele acredita que ainda serão felizes juntos, bastando apenas para isso uma mudança na vida dele. Mudança, a qual ele está disposto a viver e a realizar....

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Pensamentos, reflexões

Momentos existem em que nos tornamos muito pensativos. Podemos tornar-nos assim por tudo ou por nada.
Os momentos que mais custam são aqueles em que temos que pensar e reflectir sobre o nosso futuro, sobre os objectivos que queremos alcançar, a forma como os queremos ou podemos alcançar. São aqueles em que reflectimos sobre os prós e contras dos nossos objectivos, daquilo que queremos, como e quem vamos ter ou queremos ter ao nosso lado.
Decisões difíceis, pensamentos complexos. Momentos sem descanso interior. Momentos desgastantes.
A vida é feita de lutas constantes, e temos que ser fortes para conseguirmos lutar, mas tendo sempre presente os prós e contras das nossas decisoes. Somos os únicos responsaveis por elas...

sábado, 24 de novembro de 2007

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Sentimentos vários



Significado de sentimento

s. m.,
acto ou efeito de sentir;
sensação;
aptidão para sentir;
sensibilidade;
mágoa;
percepção;
intuição;
pressentimento;
(no pl. ) boa índole, bom carácter;
(no pl. ) pêsames.


Em muitos momentos da nossa vida nos enchemos de sentimentos... Podem ser eles bons ou maus. Eles estão presentes na nossa mente e/ou no nosso coração.
Os mais fortes estão sempre no coração, são aqueles que mais sentimos, são aqueles que nos fazem pensar no bem e no mal, são aqueles que nos fazem tirar conclusões sobre algo.
Quando existe um sentimento especial por alguém, esses sentimentos tornam-se muito mais fortes e por vezes (se forem negativos), deixam-nos em baixo, deixam-nos sem saber o que fazer, obrigam-nos a fazer coisas que não queremos, pois eles são mais fortes que nós.
Quando se gosta faz-se tudo e perdoa-se. Aceitamos tudo o que a outra pessoa diz, desculpamos mesmo estando magoados, mas não conseguimos viver na incógnita, na incerteza, na inquietude... esperamos palavras, esperamos respostas, esperamos ou "oi, estou aqui", esperamos uma palavra, um gesto, um sinal... é com isso que passamos a estar melhor, passamos a estar felizes por sabermos que certa pessoa está bem.

Os erros que cometemos (mesmo sem querer), quando gostamos, muitas vezes fazem com que nos fechemos e não digamos nada a outrem, mas além de estarmos nós mal, devido ao nosso erro, temos que pensar que também o outro está mal por nada saber....

O amor, a sinceridade, a amizade, a confiança, a saudade, superam tudo isso...


segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Posso???????

Preciso de ti mais do que nunca..
Pode ser patético para além de incrivel, mas foste a única pessoa que me deu importância, que me viu como sou...
Podemos não estar preparados para assumir algo sério, o que não quer dizer que não queiramos.
É um mundo novo...(talvez para mim).
Um mundo em que temos de ceder para obtermos o auge da felicidade junto de quem amamos
É certo que eu,
* quero amar-te
* quero sentir o "docinho" do amor
* quero a ternura do teu ser

!!! Adoro-te !!!

Por cada segundo que passa aumenta (é algo magnifico)
* os nossos momentos
* as lembranças
* o teu olhar
* o teu sorriso
* como vês a vida
* pelos beijos e abraços sentidos
* pelo prazer que proporcionas
* das lágrimas que derramei

Porque eu te Adoro . . .
e custa saber que estás longe e eu estou longe,
que não posso largar tudo para estar junto de ti e daquelas que mais amas...
Sentir o beijo... o abraço... o carinho

Quero-te comigo, POSSO??!


Texto escrito por Vera V V

Quero sentir

Sinto-me bem comigo próprio
Com o passar do tempo descubro a beldade do teu ser
Sempre amigo e amoroso
Gozão e atencioso
Estás junto de mim e não pretendo pensar num futuro
Futuro esse que pode ser doloroso e amargo
Quero atirar-me de cabeça
Dar tudo o que tenho e o que não tenho para te ver feliz
Ter as doidices que a paixão nos traz
Desejo ver um sorriso estampado nos teus lábios
Agradeço pela maneira dócil com que me trataste

Adoro-te


Texto escrito por Vera V V

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

She's like the wind....

Existem pessoas que são mesmo como o vento.... "mistery girl" you are one that persons

domingo, 15 de julho de 2007

Dedico a ti....

Navegando por esse mundo que é a internet, encontrei um clip animado com uma música que diga-se em abono da verdade, desconheço o autor. Ouvi uma vez e simplesmente adorei a animação...
Dedico.te a ti "Rapariga Mistério"....
Gostava de a partilhar.....
.




"Eu corro pro mar pra não lembrar você.
E o vento me traz o que eu quero esquecer.
Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar.
Nos teus braços é o meu lugar."

Beijos e abraços

sexta-feira, 29 de junho de 2007

O amor não acaba, nós é que mudamos...


Ontem ao navegar por um site de comunicação entre pessoas, encontrei no fórum desse mesmo site, um texto de Martha Medeiros que decidi "postar" aqui.

Espero que gostem...

O amor não acaba, nós é que mudamos
Um homem e uma mulher vivem uma intensa relação de amor, e depois de alguns anos se separam, cada um vai em busca do próprio caminho, saem do raio de visão um do outro. Que fim levou aquele sentimento? O amor realmente acaba?
O que acaba são algumas de nossas expectativas e desejos, que são subtituídos por outros no decorrer da vida. As pessoas não mudam na sua essência, mas mudam muito de sonhos, mudam de pontos de vista e de necessidades, principalmente de necessidades. O amor costuma ser amoldado à nossa carência de envolvimento afetivo, porém essa carência não é estática, ela se modifica à medida que vamos tendo novas experiências, à medida que vamos aprendendo com as dores, com os remorsos e com nossos erros todos. O amor se mantém o mesmo apenas para aqueles que se mantém os mesmos.
Se nada muda dentro de você, o amor que você sente, ou que você sofre, também não muda. Amores eternos só existem para dois grupos de pessoas. O primeiro é formado por aqueles que se recusam a experimentar a vida, para aqueles que não querem investigar mais nada sobre si mesmo, estão contentes com o que estabeleceram como verdade numa determinada época e seguem com esta verdade até os 120 anos. O outro grupo é o dos sortudos: aqueles que amam alguém, e mesmo tendo evoluído com o tempo, descobrem que o parceiro também evoluiu, e essa evolução se deu com a mesma intensidade e seguiu na mesma direção. Sendo assim, conseguem renovar o amor, pois a renovação particular de cada um foi tão parecida que não gerou conflito.
O amor não acaba. O amor apenas sai do centro das nossas atenções. O tempo desenvolve nossas defesas, nos oferece outras possibilidades e a gente avança porque é da natureza humana avançar. Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice. Paixão termina, amor não. Amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

O mistério... continua....



À uns meses atrás escrevi um texto intitulado "Mistério da... sombra". Referia nesse texto a existência de um personagem que não conheço pessoalmente...
Agora que algum tempo passou desde que o escrevi e, muitas vezes depois de falar com essa pessoa, sinto-me com vontade de a conhecer pessoalmente, mas ao mesmo tempo tenho medo de estragar a relação misterioso, apaixonante, fantástica, que tenho com essa pessoa. É uma vontade um pouco estranha... uma vontade enorme de conhecer a pessoa, mas ao mesmo tempo carregada de receio...
Sei os sitios onde esse "mistério" costuma ir, sei a zona onde trabalha, mas é tudo tão estranho.
Disse-lhe que tinha essa vontade, essa vontade enorme de a conhecer... Ela disse-me que também tinha, respondendo a seguir com um simples
«easy».
Podemos não fazer nada para que nos cruzemos, mas sei que um dia, mais cedo ou mais tarde, nos havemos de cruzar e teremos uma reacção do momento.. um simples olá, um simples e enorme beijo, uma reacção de perplexidade... Não sei o que, mas no momento algo terá que acontecer...
Sabendo eu onde essa pessoa costuma ir, por exemplo, tomar café posso sempre ir até esse lugar... será que tenho coragem para isso?...
Quero conhecer... quero observar... quero ouvir... quero sentir... quero cheirar... quero tocar...
Quero tantas coisas e ao mesmo tempo não quero nada... Só sei que a imagem está lá...

quinta-feira, 21 de junho de 2007

O Presente sem Passado nem Futuro


Vivo sempre no presente. O futuro, não o conheço. O passado, já o não tenho. Pesa-me um como a possibilidade de tudo, o outro como a realidade de nada. Não tenho esperanças nem saudades. Conhecendo o que tem sido a minha vida até hoje - tantas vezes e em tanto o contrário do que eu a desejara -, que posso presumir da minha vida de amanhã senão que será o que não presumo, o que não quero, o que me acontece de fora, até através da minha vontade? Nem tenho nada no meu passado que relembre com o desejo inútil de o repetir. Nunca fui senão um vestígio e um simulacro de mim. O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto.

Fernando Pessoa, in 'Livro do Desassossego'

quinta-feira, 14 de junho de 2007

...

"Senti, chorei, sofri... Pensei, sorri, vivi... Então disse para mim: Isto tudo por gostar de ti"

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Aos que passam pela nossa vida


Cada um que passa em nossa vida passa sozinho...
Porque cada pessoa é única para nós,
e nenhuma substitui a outra.
Cada um que passa em nossa vida passa sozinho,
mas não vai só...
Levam um pouco de nós mesmos
e nos deixam um pouco de si mesmos.
Há os que levam muito,
mas não há os que não levam nada.
Há os que deixam muito,
mas não há os que não deixam nada.
Esta é a mais bela realidade da vida...
A prova tremenda de que cada um é importante
e que ninguém se aproxima do outro por acaso...

Antoine de Saint-Exupéry

domingo, 10 de junho de 2007

...

"Este é o primeiro preceito da amizade: pedir aos amigos só aquilo que é honesto, e fazer por eles apenas aquilo que é honesto."
Cícero

sexta-feira, 8 de junho de 2007

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"Depois de um Amor fisicamente acabar, não vale a pena pensar no seu princípio ou no seu fim. O Amor vive para além de nós."
Pedro Paixão


quinta-feira, 7 de junho de 2007

...

"Ama quem te ama não a quem te sorri, pois quem te ama te engana e quem te ama sofre por ti"

sábado, 2 de junho de 2007

um olhar, um sorriso...


Foi naquele dia...
Estava um dia de sol, brilhante e intenso. O vento apenas abanava as árvores, as folhas ao ritmo do vento se moviam.
Saí de casa com um sorriso nos lábios pois ia conhecer, pessoalmente, uma pessoa com a qual já falava há algum tempo. Saí de casa, coloquei os meus óculos escuros e caminhei em direcção ao local de encontro. Era na estação dos combóios. Quando cheguei lá encontrei o carro cinzento metalizado.
Lá dentro encontrava-se uma rapariga, a funar um cigarro, com um ar um pouco nervoso. Entrei no carro, olhei para aqueles olhos e ali fiquei a olhar. Eram uns olhos com um ar nervoso, de uma cor castanha a fugir um pouco para o verde. Não consegui perceber o que aqueles olhos pensavam, apenas sei que se sentiam contentes por eu ali estar, mas ao mesmo tempo nervosos, receosos... Os cabelos eram finos, de uma cor que não sei explicar... não eram pretos, ma também não eram castanhos. Apenas posso dizer que eram bonitos, sensivelmente até ao ombro, encontrando-se apanhados num "rabo de cavalo", finos, sensiveis, suaves. O rosto era branco, suave, no qual dava vontade de tocar.
Fomos em direcção à marina para tomar um café. Parámos o carroe cameçámos a andar.Descemos as escadas e eu, com algum receio mas ao mesmo tempo com coragem, agarrei-lhe a mão. Caminhámos sempre de mão dada. A meio do caminho aquele sol, aquela brisa desapareceram e em seu lugar apareceu a chuva. Fraca ao início ficando mais forte à medida que o caminho ia sendo percorrido. Por fim lá entramos no café e ali ficámos sentados a conversar à medida que a chuva ia caindo e o dia acabando. Falámos de tudo e não falámos de nada.
Horas passaram até que dali saímos. Saímos e eu fiquei no mesmo lugar onde tinha ido ao encontra daquela rapariga. Despedi-me daqueles olhos e daquele sorriso.
Ainda hoje me lembro da musica que tocava no rádio quando entrei no carro e ainda vejo aqueles olhos com receio, mas contentes, aquele cabelo fino e suave e aquele sorriso. Talvez o sorriso mais bonito que vi até hoje...


A rainha das gargalhadas alvas

Como muitos outros dias andava eu a ler um blog de uma amiga "palavras-la.com" quando me deparei com esta história de encantar. Com a devida autorização aqui vos deixo a história para todos podermos sonhar um pouco com esta maravilhosa história...

Era uma vez um príncipe que costumava passear pelos campos de terra, enquanto o sol iluminava as flores e o vento abanava ligeiramente os troncos das árvores. O vento soava devagarinho, como uma melodia suave que se arrastava pelo campo e que lhe fazia cócegas ao ouvido. O príncipe gostava de andar de cavalo pelo campo e, às vezes, de apanhar pedras e deixar-se ficar atirando-as para dentro da água do riacho. Ficava horas, assim, distante de tudo.
Um dia, quando o príncipe parou o cavalo, avistou uma rapariga. Sentada à beira do riacho, parecia estar ligeiramente ferida. De vez em quando, libertava uns sussurrados gemidos que despertavam ainda mais a atenção do príncipe, levando-o a aproximar-se ainda mais do riacho.
- Desculpe. Não quero intrometer-me. Feriu-se? - perguntou o príncipe, com os olhos muito abertos de preocupação.
Mas a rapariga deu um salto com o susto e, depois, levantou os olhos para ver de onde vinham as palavras. Quando viu o rosto tão delicado que lhe falava, engasgou-se e tossiu. Ficou tão envergonhada que tapou logo a ferida.
- Não foi nada de especial. Vinha a andar por ali e raspei a perna numa ramagem solta que estava caída no chão.
- Mas precisa de ajuda? Eu posso ir chamar alguém. O meu cavalo está ali.
- Oh, não! - Apressou-se a responder a rapariga. - Eu fico bem. - E, depois, sorriu. - Eu devia ter tido mais cuidado, mas sou sempre muito distraída. Quis aventurar-me a fugir de uma abelha, mas tropecei e magoei-me.
O príncipe abriu os olhos ainda mais e perguntou, incrédulo:
- Também foi picada por uma abelha?
A rapariga soltou uma gargalhada e respondeu:
- Oh, não! Penso que ela tenha ficado mais assustada do que eu, quando eu cai daquela maneira.
Então, o príncipe respirou mais fundo, aliviado, e sorriu. Foi de tal modo intenso o alívio que acabou por sentar-se para se recompor do susto. Era estranho ter ficado assustado, pois afinal ele acabava de a conhecer, mas sentia-se realmente aliviado. E a rapariga ria. A rapariga era tão engraçada, enquanto ria de si mesma, que o príncipe ficou maravilhado com as suas gargalhadas.
A empatia entre os dois foi tão grande que a rapariga também não fez por se ir embora. Ficaram ali sentados. Ela ia limpando a ferida e ele ia contando histórias divertidas. Depois, ela ria das histórias que ele contava e ele ria-se do modo feliz como ela ria. Levaram a tarde inteira a rir um com o outro e o tempo passou tão depressa que nem deram por ele. Na verdade, só se aperceberam de que já era muito tarde quando as luzes do céu começaram a ficar mais escuras e já não conseguiam distinguir muito bem, ao longe, o corpo das gaivotas que voavam.
Envergonhados por terem esquecido o tempo, mas satisfeitos por terem conversado tanto, acabaram por se despedir um do outro. O príncipe tinha de ir para o castelo porque lá jantavam sempre a horas certas e a viagem de cavalo ainda iria demorar um pouco. A rapariga, por sua vez, também tinha de regressar para a sua casa, onde a sua família a aguardava.
Durante muitos dias, a rapariga continuava a estar sentada à beira do riacho e o príncipe continuava a aparecer de cavalo. Agora, não apenas com o pretexto de ir atirar pedras para a água, mas principalmente de encontrar a rapariga. Gostavam tanto de conversar um com o outro que já mal conseguiam dormir tranquilamente. Ela pensava nas histórias engraçadas dele. Ele pensava nas gargalhadas vivas dela.
Um dia, o príncipe deixou de aparecer. A rapariga continuava a lá ir à procura dele, mas só encontrava a água do riacho, as pedras e os arbustos caídos sobre a terra. Não via o cavalo branco dele. Não via mais o rosto delicado dele. Limitava-se a vê-lo nos sonhos que ela tinha e que a embalavam todas as noites. Havia alturas em que chegava a sentir o peito quente, o coração a ferver de saudades, mas não podia fazer nada para voltar a estar perto dele.
Numa tarde, a rapariga voltou ao riacho e voltou a não o encontrar lá. Ficou tão triste que pensou em todas as maneiras possíveis e imaginárias para voltar a vê-lo. Pensou até que, se se voltasse a magoar, talvez ele voltasse a surgir do inesperado só para lhe perguntar se ela precisava de ajuda. Mas não teve coragem de se magoar. Só que também não tinha coragem de se ir embora. Queria esperar por ele. Custasse o que custasse. Demorasse o que demorasse.
Os dias foram passando e a rapariga continuava triste, sem saber do príncipe que tinha conhecido à beira do riacho. Todas as tardes ia procurá-lo. Em nenhuma dessas tardes o encontrava. Um dia gritou pelo nome dele. Encheu os pulmões de ar e gritou o nome dele com todas as forças que tinha. Gritou com tanta força que até os olhos se encheram de lágrimas.
Quando olhou para trás, o príncipe estava de pé em frente ao cavalo branco. Os olhos dele eram tão brilhantes que o rosto dela rapidamente se deixou iluminar. Sorriu. Sorriu de tanta felicidade que sentia vontade de correr para perto dele, de o abraçar com toda a força. Então, o príncipe caminhou em direcção a ela e perguntou-lhe, enquanto lhe segurava na mão:
- Muito tempo esperei por este momento. Queres casar comigo? Tornar-te-ei a minha esposa, digna do meu amor e da minha dedicação eternos.
A rapariga ficou sem saber o que responder. Por momentos, não sabia sequer o que pensar.
- Mas eu? Há quanto tempo não te via aqui! Deixaste de aparecer e agora pedes-me em casamento, assim, de repente! - A voz da rapariga tremia. Ela sentia-se tão ansiosa, mas tão feliz. Mas sentia-se também incrédula. Há tanto tempo que ela não sabia dele. Onde teria ele andado? Porque não tinha ido ter com ela? - Eu quero casar contigo. Esperei todos estes dias, todas estas semanas e todos estes meses por rever-te. Quero tanto casar contigo e ser alvo do teu amor e do teu afecto quanto preciso do ar para respirar.
Então, o príncipe e a rapariga das gargalhadas alvas casaram. E, depois do casamento, depois da cerimónia que encheu de flores todos os campos e que trazia os meninos com os cabelos doirados a segurarem as alianças, o príncipe João amparou a sua recente esposa com o braço, beijou-lhe os lábios docemente e sussurrou-lhe ao ouvido:
- Minha querida, estive sempre por perto. O teu sofrimento era o meu sofrimento. Via-te chorar e nunca mais o som delicioso das tuas gargalhadas me enchiam o peito de felicidade. Queria tocar-te, mas não podia. Queria sossegar-te, mas não podia. Precisava de ter certezas de que o que sentia por ti era recíproco.
- E encontraste-as? - Perguntou ela, com os olhos raiados de lágrimas.
- Sim. E nunca mais as quero perder. Quero-as para sempre comigo, para sempre connosco.
E foram muito felizes para sempre...

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Pudesse eu


"Entre o teu corpo e o meu desejo dele, existe o abismo de seres conscientes... pudesse eu amar-te sem que existisses e possuir-te sem que ali estivesses..."

Depois de algum tempo… aprendemos!


"Depois de algum tempo aprendes a diferença, a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E aprendes que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começas a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. Acabas por aceitar as derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprendes a construir todas as tuas estradas de hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de algum tempo aprendes que o sol queima se te expuseres a ele por muito tempo. Aprendes que não importa o quanto tu te importas, simplesmente porque algumas pessoas não se importam... E aceitas que apesar da bondade que reside numa pessoa, ela poderá ferir-te de vez em quando e precisas perdoá-la por isso. Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais. Descobres que se leva anos para se construir a confiança e apenas segundos para destruí-la, e que poderás fazer coisas das quais te arrependerás para o resto da vida. Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que tens na vida, mas quem tens na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprendes que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebes que o teu melhor amigo e tu podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobres que as pessoas com quem tu mais te importas são tiradas da tua vida muito depressa, por isso devemos sempre despedir-nos das pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprendes que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começas a aprender que não te deves comparar com os outros, mas com o melhor que podes ser. Descobres que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto. Aprendes que, ou controlas os teus actos ou eles te controlarão e que ser flexível nem sempre significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, existem sempre os dois lados. Aprendes que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer enfrentando as consequências. Aprendes que paciência requer muita prática. Descobres que algumas vezes a pessoa que esperas que te empurre, quando cais, é uma das poucas que te ajuda a levantar. Aprendes que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que tiveste e o que aprendeste com elas do que com quantos aniversários já comemoraste. Aprendes que há mais dos teus pais em ti do que supunhas. Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são disparates, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprendes que quando estás com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobres que só porque alguém não te ama da forma que desejas, não significa que esse alguém não te ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo. Aprendes que com a mesma severidade com que julgas, poderás ser em algum momento condenado. Aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não pára para que tu o consertes. Aprendes que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperares que alguém te traga flores. E aprendes que realmente podes suportar mais...que és realmente forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que tu tens valor diante da vida!”

William Shakespeare

quarta-feira, 30 de maio de 2007

...

Há músicas na nossa vida que nos fazem chorar. A música que se ouve neste blog é uma delas. É uma música que me toca bem fundo no meu coração e me faz lembrar uma pessoa muito especial para mim. Uma pessoa com quem partilho os melhores momentos da minha vida mas, neste agora, esses momentos não podem ser partilhados... Serão apenas partilhados por mim, comigo e com o meu ser.
Existem alturas na vida em que sentimos que algo não está certo. Costumam chamar-lhe pressentimentos. Eu tive alguns, mas nunca questionei ninguém por pensar que poderiam ser coisas da minha imaginação. O coração sente, mais forte que a alma. Esses sentimentos custam a passar, mas como o povo diz "o tempo cura tudo".
Sei que posso demorar a ultrapassar esta fase, mas vou consegui-lo.
Valerá a pena lutar contra algo que outra pessoa talvez não queira ou tenha receio??? Esta é uma pergunta à qual ainda não tenho resposta mas poderei tê-la daqui a algum tempo...

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Tristeza....


Dias existem em que nos sentimos tristes. Dias como hoje em que me sinto assim... triste. Acordei com uma enorme vontade de chorar. Acordei sem qualquer vontade de me levantar e ir trabalhar, olhar para as pessoas, sair a rua, ver o claro do dia, ouvir os pássaros a cantar. Apenas queria ficar naquele mundo de sonhos e ilusão onde vou todas as noites quando encosto a cabeça na almofada. Aquele mundo onde tudo é perfeito, onde sempre o sol brilha, onde o mar é transparente, onde os pássaros se juntam a nós sem medo... um mundo onde tudo e nada existe. Já me questionei o porquê de estar assim, com este sentimento de tristeza. Tentei encontrar respostas... não as encontrei concretas, apenas uma ideia vaga, uma possibilidade de estar assim. À medida que o tempo vai passando, vamos sempre ficando mais velhos e a ver a nossa juventude cada vez mais longe. Lembramos as brincadeiras de crianças na escola, o nosso primeiro amigo, a nossa primeira amiga, a nossa primeira "namorada", o nosso primeiro beijo. Tudo num tempo em que eram apenas brincadeiras de crianças inocentes, crianças que se sentiam felizes, brincavam, não tinham preocupações. O tempo foi passando e coisas novas foram surgindo. A mudança de escola, a conquista de novos amigos, a descoberta de um mundo diferente. Tudo passou a ser mais complexo, a ser complicado de entender, o porquê de isto ou de aquilo. As brincadeiras mudaram, os gostos mudaram, os pensamentos alteraram-se, as descobertas passaram a não ter a mesma intensidade. Tudo à nossa volta mudou, nós mudámos. Tivemos coragem para dizer "amo-te" a alguém, não sabendo, talvez, bem qual o significado dessa palavra. O grande primeiro amor surgiu, uma vivência prolongada com alguém apareceu, a primeira relação sexual... Os primeiros desgostos de amor, de amizade, as traições.... Os 18 anos chegaram e a vida colocou-se à nossa frente. Nessa altura parámos e começámos a ver que seria necessário olhar a vida de uma forma diferente. A vida de criança e adolescente tinha terminado. Desse dia em diante tudo seria diferente. As brincadeiras acabaram, as preocupações começaram; os sonhos morreram, a realidade passou a estar bem à nossa frente; a descoberta findou, a procura começou... Como era bom ser criança. Feliz e inocente..... Não acordar triste e sentir-me triste durante horas....
Tenho saudades desse tempo... (talvez seja por isso que estou triste neste momento)....


segunda-feira, 7 de maio de 2007

Dia da mãe


Ontem foi o "Dia da Mãe", dia institucionalizado por alguém, num qualquer tempo por uma qualquer razão. Como alguém um dia disse o "Dia da Mãe" é todos os dias, porque mãe é sempre aquela pessoa e não uma qualquer que tenhamos que ter um dia especial para ela. Mãe é aquela pessoa que nos cria, que nos ama, que nos ajuda, nos chama a atenção quando necessário é, que nos castiga por este ou aquele erro. É uma pessoa que está sempre disposta a ajudar-nos nos bons e maus momentos, mesmo que para isso tenha que dispôr das suas coisas para nos ajudar. A mãe é acima de tudo uma amiga, uma confidente, aquela pessoa que nos conhece melhor do que ninguém, quela pessoa que sente quando estamos mal, que sacrifica tudo por nós.
Tudo isto é bonito de se dizer, escrever e ler, mas na realidade nem sempre é assim. Será mãe uma pessoa que abandona o filho por esta ou aquela razão? Será mãe uma pessoa que quer ver o seu filho a não singrar na vida? Será mãe uma pessoa que ao passar pelo filho na rua não lhe diga "bom dia" ou "boa tarde"?
Terá alguém o direito de substituir uma mãe? Terá alguém direito a ser uma espécie de mãe para um qualquer filho? Tudo perguntas para as quais por vezes não temos respostas, não sabemos o que pensar e não sabemos o que fazer em dias que deveriam ser especiais para nós quando não temos a nossa mãe por perto, não por razões "divinas", mas sim por razões que nem nós próprios sabemos explicar.

No mais fundo de ti
Eu sei que te traí, mãe.

Tudo porque já não sou
O menino adormecido
No fundo dos teus olhos.

Tudo porque ignoras
Que há leitos onde o frio não se demora
E noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
São duras, mãe,
E o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
Que apertava junto ao coração
No retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
Talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
Que todo o meu corpo cresceu,
E até o meu coração
Ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -
Às vezes ainda sou o menino
Que adormeceu nos teus olhos;

Ainda aperto contra o coração
Rosas tão brancas
Como as que tens na moldura;

Ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
No meio do laranjal...

Mas - tu sabes - a noite é enorme,
E todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
Dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

"poema à mãe" - Eugénio de Andrade, Os Amantes sem Dinheiro

quarta-feira, 18 de abril de 2007

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Erros.... DESCULPA


Todos nós, seres humanos, homens ou mulheres, erramos. Erramos porque nos enganamos, erramos porque fomos obrigados a isso, erramos por descuido, mas o pior erro é aquele que é cometido por estupidez.
Todos os erros, sejam eles grandes ou pequenos, "se pagam", uns mais caros que outros.
Existem erros que ao ser cometidos, nos vão, mais tarde magoar e fazer sofrer muito, pois vão afectar directamente o coração e os sentimentos que nutrimos por outras pessoas. Sentimentos fortes que dificilmente são esquecidos.
Com estes não nos magoamos apenas a nós, mas também aqueles que gostam de nós. Teremos o direito de magoar aqueles que gostam de nós, que são felizes connosco, que fazem tudo para que sejamos ainda mais felizes? Na minha opinião não temos esse direito e, por isso, não devemos ficar chateados quando as reacções e decisões da(s) pessoa(s) magoada(s), são diferentes aquelas que esperamos.
Como se costuma dizer, "as desculpas não se pedem, evitam-se", mas momentos há em que podemos pedi-las, mas mais importante que isso devemos mostrar a essa(s) pessoa(s) que gostamos dela(s) e que nos sentimos mal com o que fizemos e, principalmente, não cometer o mesmo erro ou outro(s) qualquer parecidos.
Há coisas que só uma vez na vida sao perdoadas ... DESCULPA ....

sexta-feira, 9 de março de 2007

Superioridade.... passar por.....

Por vezes observamos e ouvimos reacções de pessoas que nos põem a pensar.
"Eu sou o único que estou bem, todos os outros é que estão mal", "eu sou o que mais trabalho"...
Serão frases destas ditas com convicção ou apenas uma questão de superioridade e de autoridade. Poderão os outros querer ser melhor que nós e para isso usam argumentos tristes e sem significado?
Tenho por tendência tentar compreender as pessoas que usam tais argumentos. Tento perceber qual o seu modo de vida e quais os seus objectivos de vida, para através de certos argumentos se incompatibilizarem com o universo de pessoas que os rodeiam. Torna-se difícil compreender quando o universo de pessoas está no mesmo espaço durante um grande período de tempo (igual para todos), a usufruir dos mesmos bens e a realizar um trabalho igual. Em condições destas todas as pessoas dever-se-iam dar bem e ser uma equipa, defendendo-se uma às outras (UM POR TODOS E TODOS POR UM) e trabalhando todas para o mesmo objectivo.
Depois de tentar perceber e tentar compreender e tirar uma ou mais conclusões lógicas, a única que consigo tirar é uma a vontade de ser superior não olhando para isso a meios para atingir o fim, passando por cima dos outros, acusando-os de realizar algo que não fizeram e mesmo ofendendo-as. Acho que existem pessoas que têm necessidade de fazer tais coisas para poderem subir ou mostrar que são melhores, não sendo, na maioria das vezes, verdade.
Na minha humilde opinião, penso que as pessoas para mostrarem que são melhores que outras, devem lutar, trabalhar, aprender (mesmo que seja sozinho), esforcar-se por aprender, ser humilde e perguntar aos outros não tendo medo de mostrar que não sabem. Só assim teremos mais valor aos olhos dos outros e só assim poderemos ganhar a confiança e mesmo a amizade daqueles que nos rodeiam, em qualquer ocasião da nossa vida.
Humildade é algo que pouco ou nada existe na nossa sociedade, assim como o respeito....

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Cartas de Amor


Todas as cartas de amor
são
Ridículas
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas


Rambém escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,

Ridículas

As cartas de amor, se há amor,

Têm de ser

Ridículas

Mas, afinal,

Só as criaturas que nunca escreveram

Cartas de amor
É que são
Ridículas

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas


A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas

Todas as palavras esdrúxulas,

Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente

Ridículas


Álvaro de Campos, heteronômio de Fernando Pessoa

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Tristeza vs Amigos

Por vezes os nossos olhos transmitem tristeza, mas o nosso interior pode nao senti-lo.
Costuma-mos dizer que os olhos são o espelho da alma, mas serão mesmo? Acredito que na maior parte das vezes o nosso olhar é mais sincero que nós próprios.
A tristeza pode vir de muitos factores, da nossa vivência, das nossas sensações, das nossas reacções, dos nossos pensamentos, ideias, etc...
Quando nos sentimos tristes, de vez em quando, existe algo que nos alegra e nos faz ver que afinal a tristeza não passa de algo passageiro e que, a tristeza, não nos pode mandar abaixo.
Um bom exemplo disto é a convivência que uma vez por semana tenho com pessoas que são unidas, simpáticas, alegres e muitos outros aspectos positivos que aqui podia enumerar. Essas pessoas convivem comigo no curso que neste momento estou a tirar, o Curso de Formação de Formadores. Entre muitas outras coisas que se aprendem e se fazem, uma delas são "jogos" sobre a comunicação. Um desses jogos consistia em todos os elementos terem uma folha em branco nas costas e, todos os outros elementos, anonimamente, escreverem algo sobre nós. Depois do que li sobre o que escreveram sobre mim, decidi colocar aqui essas palavras e frases...

- "dinâmico"
- "extrovertido"
- "bem disposto e sensível"
- "comunicativo"
- "simpático"
- "muito comunicativo"
- "és de facto um colega com espírito de equipa e entreajuda"
- " o bombeiro do grupo e sempre sorridente"
- "as tuas vivências são algo de extraordinário!! Fico impressionada com a tua experiência de vida"
- "a vida tem-te feito uma pessoa mais forte e sensível. Continua a ajudar os outros inspirando-te em ti próprio"

Face a todos estes elogios, é impossível ficar triste, mas sim comovido e feliz por saber que se tem naquele espaço, durante um dia por semana, pessoas com as quais podemos contar e que são nossas amigas, sendo cúmplices (por vezes), amigos, simpáticos e, acima de tudo, serem pessoas que nunca nos deixam ficar em baixo, incentivando-nos a olhar cada vezs mais para cima e a sorrir.

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Medo, receio, vontade...



"Apercebo-me dos meus erros, mas não os corrijo. Isso só confirma que podemos ver o nosso destino, mas somos incapazes de o mudar. Apercebermo-nos dos erros é reconhecer o destino, e a nossa incapacidade para os corrigirmos é a força do destino. Apercebermo-nos dos erros é um castigo pesado. Seria muito mais fácil considerarmo-nos bons e culparmos os outros todos, encontrando consolação na ilusão da vitória sobre o destino. Mas mesmo essa felicidade não me é dada."

Alexander Puschkine, in 'Diário Secreto'


É sempre mais fácil vermos os erros dos outros do que os nossos próprios. O dom de ver os erros que nós próprios cometemos talvez não seja acessível a todos.
Não digo que tenha esse dom, mas tenho a capacidade de ver os erros que cometi. Em alguns tenho a culpa absoluta, noutros não.
As consquências dos nossos erros só as vemos mais tarde e, na maior parte dos casos, essas consequências são graves. Existe algo em nós que não nos deixa aceitar a ajuda dos outros ou nos faz ter dificuldade em aceitá-la. Orgulho é algo que é bom, mas quando em excesso é um erro.
Há quem diga que é com os erros que nós aprendemos, mas o orgulho não deixa. Já houve erros cometidos que deveriam ter feito mudar algo ou maneira de ser, ou de pensar, ou de agir. Não resultou. Agora que o abismo está perto as coisas começam a amontoar-se no pensamento e a incapacidade de agir surje como um peixe em pleno oceano...
Incapacidade de agir, vontade de chorar, vontade de desaparecer, sentimento de revolta (talvez com nós próprios) bloqueia-nos e não nos deixa pensar nem agir.... Sabemos o que queremos fazer, ou apenas temos uma ideia, mas o medo de continuar, o medo de lutar, o medo de voltar a errar é tão grande que nos sentimos presos...
Pensar ajuda, mas pensar em demasia faz-nos ficar ainda mais confusos, ainda com mais receio....
Sei o que quero, mas ao mesmo tempo não o sei...