domingo, 2 de novembro de 2008

Apenas uma pequena história...



Tinha acabado de acordar. Olhou pela janela e viu um lindo dia de sol... uma manhã de sábado com sol e algum calor. Eram 13 horas. Recebeu uma mensagem que apenas dizia "queres vir ter comigo?" O seu ser ficou boqueaberto, sem saber o que pensar. Algo no seu interior lhe disse que deveria ir, levantou-se, foi ver os horários dos combóios e mandou esta simples mensagem "sim.. estarei lá às 17:15...".
Foi a cozinha, ligou o esquentador, dirigiu.se ao quarto e colocou num saco alguma roupa para 2 ou 3 dias. Foi para a casa de banho, tomou banho, arranjou-se, vestiu-se e pegou no seu saco e saiu porta fora com o maior sorriso do mundo.
O caminho para a estação de combóio nunca lhe pareceu tão grande, mas o tempo que levou nem foi assim muito. Às 15:00 estava dentro do combóio sentado à janela a pensar o que iria encontrar naquele local distante mas ao mesmo tempo tão perto. A viagem parecia uma eternidade, o tempo parecia não passar, os ponteiros do relógio pareciam não mexer, os segundos minutos, os minutos horas e as horas dias.... Finalmente lá chegou ao seu destino. Olhou à sua volta e verificou que o combóio onde vinha a "tal" pessoa chegaria dentro de 3 minutos....
Foi ao bar da estação beber uma cerveja e eis que chega o tão aguardado combóio.
Saiu do bar da estação, olhou à sua volta e, ao fundo, viu a "tal" pessoa. Estatura média, um lenço na cabeça, umas calças pretas largas pouco abaixo do joelho, uma t-shirt preta e uma grande mochila vermelha às costas. Aproximou-se com cuidado e disse um nervoso "olá, tudo bem?". A resposta foi simples. Um "oi" seguido de um beijo.
Caminharam alguns minutos até à estação de autocarros conversando sobre ambos, sobre as viagens de combóio, sobre tudo o que lhes apetecia. Para ele, aquele tempo, aí sim, não passava, o que era muito bom.... Lá apanharam o autocarro em direcção aquele lugar tão longínquo perdido no meio da serra, repleto de vegetação, rios, algumas estradas sinuosas....
Ao chegar àquele lugar "inóspito" a sua pessoa ficou fascinada. Um lugar diferente, com um ar diferente para se poder respirar. A casa... essa era grande, com uma enorme sala, um corredor que se prolongava por uns bons metros, com várias divisões de um lado e de outro.
Deslocou-se até à janela, olhou em seu redor e apenas via vegetação, umas luzes ao longe e sentia um ar que dava vontade de respirar para todo o sempre.
Ela ao chegar dirigiu-se aos pais, cumprimentando-os como se não se vissem há muito. A mãe... uma senhora alta, com uma estatura simples e com uma forma de ser simplicissima, pondo todos aqueles que a rodeiam à vontade. O pai... um senhor com as rugas dos longos anos de trabalho por esse mundo fora, um personagem interessante que gosta de se colocar no seu canto debaixo do candeeiro a ler livros enormes. A avó... uma senhora que independentemente da idade, tem conversa para horas e horas a fio... Os gatos.. esses vivem a sua vida e não querem que ninguém os chateie.
À hora do costume naquele seio familiar, lá nos sentamos à mesa a jantar e depois fomos sair. Para ele foi uma forma de conhecer sítios para ele antes desconhecidos, conhecer pessoas novas e formas e vivências diferentes. Lembra-se perfeitamente de ter ido a um bar junto a um rio. Um bar não muito grande nem muito pequeno, acolhedor q.b, onde tudo o que se consumia era barato. À saída, um pequeno passeio no meio do escuro até à beira do rio para se poder tirar umas fotos, um pouco estúpidas algumas. Depois foram todos para o baile da terra mais próxima, pois naquela zona, durante o verão, há baile em todas as terrinhas e aldeias, bailaricos onde jovens e menos jovens se divertem, dançam, bebem os seus copos, poem a conversa em dia.
A noite continuou até que a hora do descanso falou mais alto. Nessa altura ambos foram para a cama, um a dormir com os gatos... sim... uma história caricata, e o outro na sua cama com os seus bonecos... :D
No dia a seguir ela decidiu levá-lo a conhecer um pouco daquela zona tão bonita. Decidiu levá-lo ao rio para tomar banho. Caminharam durante alguns longos minutos por estradas de terra batida pelo meio do mato, subindo e descendo, rindo e cantando. A certa altura, numa descida ela comecou a correr e ele foi atrás dela até que ela parou, abraçaram-se e ficaram a olhar fixamente para os olhos um do outro. Como por magia deu-se aquele beijo. Continuaram a caminhar de mão dada até que chegaram ao rio.
Um local maravilhoso, com uma paisagem linda... uma pequena cascata formada por um buraco num declive do rio, um moinho de água que não funcionava fazia no caminho que faz mexer as suas pás um local para atracar um pequeno barco a remos azul.
Nenhum deles tinha roupa para ir ao banho e naquele momento não podiam ir por se encontrarem alguns senhores descontraidamente no local a mexer em tudo e em nada. Decidiram então descer um pouco mais o rio até outro local onde poderiam tomar banho. Ao chegar verificaram que estava um aglomerado de pessoas a tomar banho e apanhar banhos de sol. Ficaram algum tempo por ali a conversar e a torrar ao sol, até que viram o pequeno barco azul a descer o rio. Como que por telepatia, levantaram-se os dois e subiram o rio até junto do moinho onde poderam tomar banho, após esperarem que passagem uns canoistas com as respectivas canoas. Ficaram de roupa interior e saltaram para dentro de água, água essa que era gelada... tão depressa como foram para dentro de água, tão depressa voltaram para fora. O sol estava a desaparecer por entre as arvóres altas que rodeavam o local. De forma a aquecerem os seus corpos deitaram-se no chão, no único espaço onde o sol ainda batia, tendo ficado um deitado por cima do outro. Os seus olhares cruzavam-se tendo ficado fixamente colados um no outro como se pensassem ambos no mesmo. Aquele momento ficou gravado para sempre na memória daquele rapaz que decidiu num pequeno espaço de tempo arriscar ir ter com a rapariga.
A tarde passou-se nesse lugar maravilhoso junto ao rio. Depois caminharam de regresso a casa novamente pelas estradas sinuosas pelo meio da vegetaçao. Pararam junto a uma fonte de água para beber um pouco e para brincar com a água, molhando-se um ao outro. Pelo caminho aparanharam algumas flores e um grande malmequer para ela oferecer a sua mãe.
Caminharam até chegar a casa onde ele ajudou a fazer o jantar e a pôr a mesa.... Jantaram e mais uma vez foram sair para um dos muitos bailes de uma das muitas terras ali à volta.
Ele lembra-se ainda da altura que foram até aos moinhos. Uma zona alta de uma serra onde existem moinhos que são habitados nas férias por pessoas que querem passar uns dias no sossego do campo. A vista era maravilhosa. Uma imensidão verde perdendo-se de vista, recortada em alguns locais por algumas casas. Um corte nessa imensidão verde fazia vislumbrar uma autoestrada, no fundo do vale. Numa colina em frente viam-se mais uns quantos moinhos... O pôr do sol naquele local deve ser algo de magnifíco que ele ainda não teve oportunidade de ver, mas essa esperança ainda existe..., de preferência na companhia daquela pessoa extraordinário que a rapariga é.

Aqueles olhos... todos os dias ele vê aqueles olhos na sua mente. Aquele sorriso que influencia todos aqueles que estejam à sua volta. A cor do cabelo. O gesto, o toque, a voz, a simplicidade com que o seu corpo se move. A forma como sentes os miminhos que lhe dão.
Aquele ser grande com um espírito de adolescente. As brincadeiras, os risos, as tristezas, as birras, as contrariações...
A partir desse fim de semana ele ficou a gostar dele de uma forma tão especial que ainda hoje se mantém, mas as suas vidas têm caminhos diferentes e nem sempre podem estar juntos, mas naqueles em que estão juntos ele aproveita da melhoe maneira...

"G"... uma pessoa magnífica que dentro do coração dele permanece... O que ele sente é demasiadamente especial...