sábado, 5 de setembro de 2015

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

sábado, 25 de julho de 2015

13 years

Almost 13 years that life suddenly change to me...
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terça-feira, 12 de maio de 2015

Querer, Vontade, Decisão, Coragem


  Uma sala como muitas outras, mesas em U e pessoas, que muitas de lado algum se conheciam, começaram a conhecer-se aos poucos. Inicialmente através da apresentação de cada uma, depois por toda a necessidade de entrusamento ao longo de dois dias... 
  No meio da sala, com seu ar calmo, tranquilo, um pouco nervoso e sempre observador e querendo conhecer um pouco mais de cada uma daquelas pessoas, surge do lado direito uma pessoa fechada em si, um pouco tímida, não querendo dar confianças, querendo ficar no seu canto, passando despercebida.
  De seu nome Vera, a cor dos olhos sobressaia ao longe naquela sala com não muita luz. Os olhos doces, ao mesmo tempo tristes, faziam transparecer que aquele ser já havia sofrido, não fisicamente, mas na alma. Sofrido por não ter feito algo que gostaria, sofrido por não ter conseguido, durante algum tempo, viver algo que sempre sonhou... No momento não seria possível saber o quê, mas com o tempo, foi-se descobrindo, entre um sorriso aqui, uma empatia ali, e, acima de tudo, com alguma confiança com essa pessoa que nunca antes havia conhecido.
  A forma de estar e ser, tão simples e ao mesmo tempo tão reservado, fazia com que houvesse uma necessidade de conhecer melhor aquela pessoa. Timidamente, aos poucos, com o passar do tempo, talvez em acaso de o grupo de trabalho ser o mesmo, Vera foi abrindo um pouco o seu ser... Também o facto de o passado de ambos, em alturas diferentes, ter sido vivido no mesmo sítio, sobre as mesmas vontades, com o mesmo desejo, tenha levado a essa abertura por parte daquele ser. Passado que Vera não mostrava usando um símbolo, que todos os que haviam tido aquele passado, tinham orgulho em usar e mostrar, mas aquela pessoa observadora usava com todo o esplendor, orgulho e garbo. Vera nunca nada disse, mas com o tempo foi vítima de uma conversa onde disse a outro alguém que mais tarde contou. 
  Aí, nesse momento, aqueles dois seres, como que por magia, criaram uma relação de amizade e entreajuda que não mais deixaram durante aqueles dois dias vividos em grupo, aprendendo e ensinando.
  Histórias do passado comum foram contadas, umas com mais orgulho, outras com mais tristeza, mas todas elas compreendidas por ambos. Tempos vividos em momentos completamente diferentes, onde as mudanças se faziam sobressair, mas o orgulho de ostentar algo fazia com que tivesse valido a pena...
  Para Vera, aquele ser observador era um exemplo de força a seguir, força que Vera mostrava não ter mas que, no seu interior, sabia que o tinha, mas que não queria que viesse para fora, ficando sossegadamente no seu interior. 
  Conversas e conversas e sorrisos e brincadeiras foram fazendo com que Vera se abrisse aos demais que ali estariam e, talvez contra sua vontade, criaram uma relação de amizade que ao fim de quase 1 ano ainda se mantém.
  Vera respeita e admira aquele ser, talvez pelo seu a-vontade, pela sua forma de viver e estar perante o problema que tem e não esconde de ninguém. Admira a força que aquele ser, calmo e observador, tem perante todos os obstáculos da vida e como faz tudo para os ultrapassar. Talvez naquela pessoa, Vera se reveja um pouco no seu passado, querendo ser a melhor, fazendo as coisas da melhor forma, seguir sempre na liderança mas que, por momentos vividos e observados, tenha perdido essa vontade.
  Vera não se satisfaz com pouco, procura o difícil, o desafio mais complicado, o obstáculo mais alto, mas sempre que o enfrenta tem receio, pois sabe que é capaz mas tem medo de falhar. O simples é pouco, o banal é triste, o igual é simplório... O difícil, esse sim, dá vida a este ser... O seu refúgio é o seu espaço, o seu canto, de onde não quer sair com medo de desapontar alguém. Quer ouvir, mesmo não precisando, de palavras de conforto e incentivo, que a façam seguir o caminho, que a façam ultrapassar os obstáculos... 
  Vera sente, sente com muita força, com lágrimas na alma e nos olhos, e AÍ, não tem medo de mostrar que conseguiu, que sofreu e se realizou... Vera tem o seu limite no desconhecido, no mais longinquo do seu ser e do seu caminho. Precisa apenas que lhe mostrem que deve continuar, que deve lutar, que deve mostrar a si própria, NUNCA aos outros que é capaz, que consegue, que sofreu, que ultrapassou, mas principalmente, que se realizou.
  Penso que uma imagem vale mais que muitas palavras e que mostra a Grandeza da alma e do ser desta pessoa...


 

Audaces Fortunas Juvat