segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Tristeza vs Amigos

Por vezes os nossos olhos transmitem tristeza, mas o nosso interior pode nao senti-lo.
Costuma-mos dizer que os olhos são o espelho da alma, mas serão mesmo? Acredito que na maior parte das vezes o nosso olhar é mais sincero que nós próprios.
A tristeza pode vir de muitos factores, da nossa vivência, das nossas sensações, das nossas reacções, dos nossos pensamentos, ideias, etc...
Quando nos sentimos tristes, de vez em quando, existe algo que nos alegra e nos faz ver que afinal a tristeza não passa de algo passageiro e que, a tristeza, não nos pode mandar abaixo.
Um bom exemplo disto é a convivência que uma vez por semana tenho com pessoas que são unidas, simpáticas, alegres e muitos outros aspectos positivos que aqui podia enumerar. Essas pessoas convivem comigo no curso que neste momento estou a tirar, o Curso de Formação de Formadores. Entre muitas outras coisas que se aprendem e se fazem, uma delas são "jogos" sobre a comunicação. Um desses jogos consistia em todos os elementos terem uma folha em branco nas costas e, todos os outros elementos, anonimamente, escreverem algo sobre nós. Depois do que li sobre o que escreveram sobre mim, decidi colocar aqui essas palavras e frases...

- "dinâmico"
- "extrovertido"
- "bem disposto e sensível"
- "comunicativo"
- "simpático"
- "muito comunicativo"
- "és de facto um colega com espírito de equipa e entreajuda"
- " o bombeiro do grupo e sempre sorridente"
- "as tuas vivências são algo de extraordinário!! Fico impressionada com a tua experiência de vida"
- "a vida tem-te feito uma pessoa mais forte e sensível. Continua a ajudar os outros inspirando-te em ti próprio"

Face a todos estes elogios, é impossível ficar triste, mas sim comovido e feliz por saber que se tem naquele espaço, durante um dia por semana, pessoas com as quais podemos contar e que são nossas amigas, sendo cúmplices (por vezes), amigos, simpáticos e, acima de tudo, serem pessoas que nunca nos deixam ficar em baixo, incentivando-nos a olhar cada vezs mais para cima e a sorrir.

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Medo, receio, vontade...



"Apercebo-me dos meus erros, mas não os corrijo. Isso só confirma que podemos ver o nosso destino, mas somos incapazes de o mudar. Apercebermo-nos dos erros é reconhecer o destino, e a nossa incapacidade para os corrigirmos é a força do destino. Apercebermo-nos dos erros é um castigo pesado. Seria muito mais fácil considerarmo-nos bons e culparmos os outros todos, encontrando consolação na ilusão da vitória sobre o destino. Mas mesmo essa felicidade não me é dada."

Alexander Puschkine, in 'Diário Secreto'


É sempre mais fácil vermos os erros dos outros do que os nossos próprios. O dom de ver os erros que nós próprios cometemos talvez não seja acessível a todos.
Não digo que tenha esse dom, mas tenho a capacidade de ver os erros que cometi. Em alguns tenho a culpa absoluta, noutros não.
As consquências dos nossos erros só as vemos mais tarde e, na maior parte dos casos, essas consequências são graves. Existe algo em nós que não nos deixa aceitar a ajuda dos outros ou nos faz ter dificuldade em aceitá-la. Orgulho é algo que é bom, mas quando em excesso é um erro.
Há quem diga que é com os erros que nós aprendemos, mas o orgulho não deixa. Já houve erros cometidos que deveriam ter feito mudar algo ou maneira de ser, ou de pensar, ou de agir. Não resultou. Agora que o abismo está perto as coisas começam a amontoar-se no pensamento e a incapacidade de agir surje como um peixe em pleno oceano...
Incapacidade de agir, vontade de chorar, vontade de desaparecer, sentimento de revolta (talvez com nós próprios) bloqueia-nos e não nos deixa pensar nem agir.... Sabemos o que queremos fazer, ou apenas temos uma ideia, mas o medo de continuar, o medo de lutar, o medo de voltar a errar é tão grande que nos sentimos presos...
Pensar ajuda, mas pensar em demasia faz-nos ficar ainda mais confusos, ainda com mais receio....
Sei o que quero, mas ao mesmo tempo não o sei...